Devocional
Publicado em 01/11/2024
Quando uma pessoa nasce em uma família de onze filhos órfãos de pai, muitas dificuldades essa pessoa inevitavelmente enfrentará pelo caminho. Esse foi o contexto em que eu nasci, e a primeira lição que aprendi é que dentro de uma família tão grande, sem a referência de um pai, ninguém é prioridade.
Desde muito cedo aprendi a resolver os meus problemas sozinho, a segurar a dor até que ela ficasse insuportável, a lidar com a fome e problemas na escola. Quantos bilhetes da professora eu rasguei no caminho para casa, pois a demanda da minha mãe era grande demais e eu não queria levar mais um problema para ela. Foi assim que eu cresci e me tornei homem, me sentindo um solitário em meio a multidão.
Mesmo pertencendo a uma família tão grande, quando cada um tem a sua prioridade, ninguém é prioridade; então, eu fui resolvendo os meus problemas, cresci, constituí família, sabendo que nessa vida só tinha eu e eu mesmo. É assim que eu chego em minha comunidade, na Igreja Batista Ministerial da Família, e ao longo dos anos fui aprendendo que eu não apenas frequento a uma igreja, mas que eu PERTENÇO a uma igreja.
A gente começa a sentir isso quando as pessoas da comunidade começam a estar presentes na sua vida, tanto nos momentos bons, quanto nos momentos ruins. Você começa a sentir isso quando você vai tomar um café e bater um papo, e na hora de pagar o seu irmão diz: “deixa que eu pago”. Você começa a sentir que não é só você e você, mesmo quando precisa de um carro para ir buscar uma geladeira e um irmão da igreja além de arrumar o carro, vai buscar a geladeira, sobe quatro andares de escada e a coloca no lugarzinho que ela deveria ficar.
Você começa a perceber isso quando perde um filho, e eles estão lá para te abraçar e chorar; ou quando nasce a sua filha, e eles também estão lá para te abraçar e se alegrar com você. Eu teria que escrever muitas páginas se fosse relatar tudo o que a comunidade em que eu PERTENÇO já fez por mim.
Estou escrevendo isso porque creio que PERTENCER à igreja nos traz cura, derruba bloqueios e destrói a escassez da nossa alma, isso é o tipo de coisa que os desigrejados jamais conhecerão.
Quando leio a história de Elias, eu vejo um solitário, ele não pertencia a grupo nenhum. Não existe na bíblia uma biografia de Elias, não se sabe de onde veio, quem eram os seus pais, se tinha irmãos, e apesar de ter criado uma escola de profetas, continuava a sua jornada solitária. Até que D’us manda Elias ungir a Eliseu como profeta, pois Eliseu está para Elias como a igreja está para mim e para você.
Depois que Elias ungiu a Eliseu, ele nunca mais se sentiu sozinho, pois Eliseu foi a cura de D’us para a solidão de Elias. Quando D’us vai tomar Elias para si, Elias insiste para que Eliseu o deixe sozinho, mas a palavra de Eliseu para Elias foi: “Juro pelo nome do Senhor e por tua vida que não te deixarei ir só”. 2 Reis 2.2b
Eu sei que muitos já se frustraram com a igreja em algum momento, em um lugar cheio de pessoas imperfeitas em busca de perdão pelos seus pecados. É inevitável que problemas aconteçam, mas, por outro lado, a igreja será um agente de cura e transformação em nossas vidas, e esse deve ser o foco.
Eu tenho certeza que em algum momento você já se decepcionou com algum familiar seu, e por isso você decidiu sair da família? Já se decepcionou com um filho? Deixou de ser seu filho por isso? Já se decepcionou com o seu cônjuge? Largou ele por causa disso?
Com a igreja é a mesma coisa, devemos ter um coração aberto para receber de D’us a cura que tanto precisamos, e Ele irá usar a comunidade para nos proporcionar isso, por isso eu te aconselho, não frequente a uma igreja, PERTENÇA a uma igreja.
“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Mateus 16.18
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